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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O DESPEJO DA EEETEPA ANÍSIO TEIXEIRA: Ministério Público pede explicações ao Governo do Estado




Ocorreu na manhã do dia 05 de novembro de 2013, na Promotoria de Direitos Constitucionais Fundamentais do Ministério Público do Pará, uma reunião convocada e mediada pela 1ª Promotora de Justiça de Direitos Constitucionais e Fundamentais, Maria das Graças Corrêa Cunha, para tratar do funcionamento da Escola Estadual de Educação Tecnológica do Pará Prof. Anísio Teixeira. Estavam presentes servidores da Coordenação de Educação Profissional da SEDUC, da Assessoria Jurídica da SEDUC e da Escola Tecnológica Anísio Teixeira.
A promotora pediu explicações da SEDUC acerca do processo de desativação da referida escola e sobre o despejo de alunos e servidores do prédio em que a unidade escolar funciona desde 2009. Este prédio é objeto de desejo do SEBRAE, que vem desde o ano passado articulando o repasse do mesmo junto ao alto escalão que responde pela Secretaria de Educação, inclusive com documentos formalizando um “acordo de cooperação” entre SEBRAE e SEDUC, por meio do processo 0000622484/2012, elaborado pelo SEBRAE unicamente, sem participação de nenhum membro da Escola Tecnológica Anísio Teixeira, portanto tendencioso aos interesses daquela instituição.
A SEDUC por meio de sua assessoria jurídica afirma que não tem interesse em repassar o prédio com todo o patrimônio adquirido com dinheiro público via PROEP/MEC/FNDE, porém consta no acordo de cooperação, que na realidade é a formalização do despejo, assinatura do Secretário de Estado de Educação Cláudio Ribeiro, o qual destacou, por meio da portaria 32315 de 10 de janeiro de 2013 publicada na IOEPA, uma servidora da Coordenação de Educação Profissional para acompanhar o processo de repasse.
O argumento de que a SEDUC não irá fechar a escola não é aceito pela comunidade Anisiana, haja visto que conforme afirmado pela assessoria jurídica “um outro prédio pode ser alugado ou construído para tal”. Sabemos por inúmeras experiências que a escola de fato até poderá continuar, porém em um prédio inadequado e improvisado caso o despejo realmente se concretize.
A denúncia feita ao MP Federal sobre a situação da escola é prova de que a sociedade civil não tolera mais desmandos e esta forma escandalosa de tratamento ao patrimônio público, assim como fortalece a nossa luta pela manutenção da EEETEPA Anísio Teixeira neste prédio, combatendo essa tentativa de “ação entre amigos” entre SEBRAE e SEDUC.
Este é o governo que gasta milhões em propaganda para construir uma imagem de eficiência, que facilmente pode ser desconstruída por qualquer cidadão que se disponha a fazer uma visita em umas das nossas mais de 2.500 escolas públicas estaduais, é o governo que prefere presentear o SEBRAE (o mesmo que juntamente com a FEAMA-Fundação de Empreendedores da Amazônia, construiu o prédio com dinheiro público e nunca ofertou um curso se quer, mantendo o prédio fechado e se deteriorando por mais de 5 anos) com um prédio cuja estrutura é digna e que reponde ao direito dos nossos jovens e adultos que necessitam da educação pública de qualidade, ao invés de trabalhar para a concretização da sua estadualização, que não reconhece uma instituição que com todos os problemas que tem, ainda sim é referência, que dá certo, que tem uma equipe docente e pedagógica que trabalha arduamente para a oferta de Educação Pública digna e de qualidade, que é protagonista e consciente de seu papel de transformação dessa sociedade.
Profa. Msc. Adriana Mª N. de Souza Porto

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