O Espaço de diálogo sobre o Ensino Médio Público

domingo, 5 de agosto de 2012

JUVENTUDE E ENSINO MÉDIO NO PARÁ


JUVENTUDE E ENSINO MÉDIO NO PARÁ
Segundo o IBGE, em 2010, o estado do Pará tinha aproximadamente 486.649 jovens na idade entre 15 e 17 anos, no entanto, destes, apenas 396.698 frequentavam escola, ou seja, 89.951 (20% aprox.) estavam fora da escola. Esta situação se apresenta ainda mais preocupante quando observamos que apenas 100 mil destas matrículas eram de jovens na faixa etária recomendada (15 a 17 anos).
O quadro abaixo evidencia a grande parcela de jovens paraenses fora da escola ou atrasados em relação ao ensino médio.

Matrículas de jovens de 15 a 17 anos no Ensino Médio – Pará - 2010

Fonte: IBGE. www.ibge.gov.br.

Considerando que o ensino médio é a etapa conclusiva da educação básica e que esta deveria assegurar o acesso ao patrimônio cultural que permitiria aos jovens que entram na vida adulta uma condição social digna, temos nos números acima um claro indicativo de que a maioria da juventude paraense tem seu futuro ameaçado. São perto de 100 mil jovens entre 15 e 17 anos fora da escola e mais 290 mil atrasados em relação à série recomendada.
Apenas perto de 100 mil jovens entre 15 e 17 anos estão onde deveriam estar, matriculados em uma escola de ensino médio. Não precisamos de nenhum profundo estudo sociológico para afirmar que entre estes jovens prevalecem aqueles oriundos das camadas econômicas mais altas de nossa sociedade. Ficam de fora da escola ou atrasados os jovens oriundos das classes trabalhadoras.
O ensino médio tem a função social de consolidar uma formação que se iniciou na pré-escola e no ensino fundamental, a qual deveria servir para que todo cidadão conseguisse se comunicar com clareza (para isso estuda português), pensar logicamente (para isso estuda matemática), se situar no seu tempo e no seu espaço (para isso serve o estudo da história e da geografia), compreender os fenômenos físicos, químicos, biológicos, sociais de modo a ter as ferramentas para decidir autonomamente sobre os rumos de sua vida e colaborar para a organização da comunidade onde está inserido. Negar o acesso ao ensino médio para os jovens significa negar-lhes as ferramentas culturais básicas que favorecem uma vida adulta digna e colocar-lhes em situação de vulnerabilidade social e econômica, colocando em risco também o futuro da sociedade onde estão inseridos.
Por isso é muito grave o quadro do ensino médio paraense, pois revela que a sociedade mantém sob risco o futuro e o presente da maioria dos seus jovens.
O governo do estado não apresentou à sociedade paraense as estratégias para a diminuição da distorção idade-série e nem para ampliação da taxa de matrícula. Há poucas semanas atrás anunciou a construção de 24 escolas, com recursos do Governo Federal, mas estas adiantarão pouco se não for considerada para a sua construção a distribuição geográfica da juventude paraense já que há repetidos anos vem sobrando vagas nas escolas de ensino médio do Pará. Podemos afirmar que no Pará nem sempre onde há escolas de ensino médio há jovens e, por outro lado, onde estão grandes aglomerados de jovens não há escolas em número suficiente.
Aliada a esta desorganização espacial das escolas paraenses, prevalece a falta de um projeto educacional claro para o ensino médio, por meio do qual o Governo defina finalidades, estratégias e fontes de financiamento claras, capazes de assegurar a ampliação e a qualificação das escolas públicas.


3 comentários:

  1. Excelente iniciativa, a educação paraense agradece!

    Cris Ribeiro

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  2. Parabenizo a todo grupo que se empenhou
    para a criação e realização do projeto.
    Muito bom.


    Lorena Teixeira

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  3. Parabéns GEPTE!

    Mas, um espaço para a socialização das pequisas na nossa Amazônia.

    Ana Paula

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