O Espaço de diálogo sobre o Ensino Médio Público

domingo, 26 de agosto de 2012

SEDUC ANUNCIA PALIATIVO PARA ENFRENTAR A MÁ QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA



Após a divulgação dos resultados do IDEB, que revelam a péssima qualidade da educação no Estado do Pará, a Secretaria de Educação do Pará, principal responsável pelas políticas e encaminhamentos no âmbito da educação regional, convocou os órgãos de imprensa e tentou justificar os resultados que colocam o ensino médio do Pará como o pior do Brasil.
A primeira atitude é de manifestar que os resultados não causaram surpresa. Como assim? Os dirigentes da Secretaria de Educação do estado não ficam surpresos com resultados tão ruins? Ou já reconheciam a qualidade do trabalho de gestão que faziam, e por isso já previam o que colheriam, ou estes dirigentes não têm qualquer senso de responsabilidade pela formação de nossa população.
A segunda atitude é de se eximir da sua responsabilidade, tentando esconder seu despreparo, e culpabilizar os estudantes, que teriam deixado de realizar os exames oficiais, e os docentes, que teriam feito greve perto das provas.
Ao agir como se Secretaria de Educação nada tivesse a ver com isso, uma naturalidade de indignar até mesmo os leigos, seus dirigentes revelam suas dificuldades éticas e políticas para encaminhar as soluções que a situação requer. Fazem o diagnóstico errado e agem cinicamente. Essas atitudes não levarão à necessária qualificação de nossa educação básica.
A falta de investimentos adequados na educação pública, de programas perenes de qualificação docente, a precária infraestrutura das escolas, a falta de controle social sobre a educação pública e a inexistência de uma política para a educação básica são alguns dos problemas que impactam negativamente na educação pública paraense.
A SEDUC e seus dirigentes respondem oficialmente pela educação pública paraense e, por isso, têm que fazer indicações mais objetivas sobre o que pretendem fazer para enfrentar a situação.
Realizar convênios com organismos internacionais, como dizem estar fazendo, não garante nada se não houver direcionamento adequado e correção no uso das verbas. No último Governo de Simão Jatene (2003-2006) utilizou-se recursos de convênios com o MEC e com o Banco Mundial para financiar projetos que desqualificaram ainda mais a educação pública, como foi com as Escolas de Trabalho e Produção, que direcionou milhões de recursos públicos para a iniciativa privada e que mantinha a média 50% de evasão em seus cursos.

Maria Auxiliadora Maués de Lima Araujo
Ronaldo Marcos de Lima Araujo

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