Após a divulgação dos resultados
do IDEB, que revelam a péssima qualidade da educação no Estado do Pará, a
Secretaria de Educação do Pará, principal responsável pelas políticas e encaminhamentos
no âmbito da educação regional, convocou os órgãos de imprensa e tentou
justificar os resultados que colocam o ensino médio do Pará como o pior do
Brasil.
A primeira atitude é de
manifestar que os resultados não causaram surpresa. Como assim? Os dirigentes
da Secretaria de Educação do estado não ficam surpresos com resultados tão
ruins? Ou já reconheciam a qualidade do trabalho de gestão que faziam, e por
isso já previam o que colheriam, ou estes dirigentes não têm qualquer senso de
responsabilidade pela formação de nossa população.
A segunda atitude é de se
eximir da sua responsabilidade, tentando esconder seu despreparo, e
culpabilizar os estudantes, que teriam deixado de realizar os exames oficiais,
e os docentes, que teriam feito greve perto das provas.
Ao agir como se Secretaria
de Educação nada tivesse a ver com isso, uma naturalidade de indignar até mesmo
os leigos, seus dirigentes revelam suas dificuldades éticas e políticas para
encaminhar as soluções que a situação requer. Fazem o diagnóstico errado e agem
cinicamente. Essas atitudes não levarão à necessária qualificação de nossa
educação básica.
A falta de investimentos
adequados na educação pública, de programas perenes de qualificação docente, a precária
infraestrutura das escolas, a falta de controle social sobre a educação pública
e a inexistência de uma política para a educação básica são alguns dos
problemas que impactam negativamente na educação pública paraense.
A SEDUC e seus dirigentes
respondem oficialmente pela educação pública paraense e, por isso, têm que
fazer indicações mais objetivas sobre o que pretendem fazer para enfrentar a
situação.
Realizar convênios com
organismos internacionais, como dizem estar fazendo, não garante nada se não
houver direcionamento adequado e correção no uso das verbas. No último Governo
de Simão Jatene (2003-2006) utilizou-se recursos de convênios com o MEC e com o
Banco Mundial para financiar projetos que desqualificaram ainda mais a educação
pública, como foi com as Escolas de Trabalho e Produção, que direcionou milhões
de recursos públicos para a iniciativa privada e que mantinha a média 50% de
evasão em seus cursos.
Maria Auxiliadora Maués de Lima Araujo
Ronaldo Marcos de Lima Araujo
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