O estado do Pará tem uma
população de 6.062.304 habitantes com mais de 10 anos de idade, destes há 1.030.589 (17%)
pessoas que nunca frequentaram a escola e 759.589 analfabetos. Estes números
revelam o quão longe ainda estamos de vivermos em uma democracia efetiva, capaz
de assegurar sequer a equidade de condições educacionais para a nossa
população.
População
paraense acima de 10 anos de idade – analfabetos e desescolarizados – 2010 (em
milhões)
Fonte: IBGE. www.ibge.gov.br.
Temos uma grande parcela da população analfabeta e desescolarizada e esta
situação de precariedade educacional também se revela nos números da população
que tem acesso ao ensino médio.
Considerando apenas a população adulta (com mais de 19 anos), que
totaliza mais de 4,5 milhões de paraenses, apenas 1.146.771 pessoas (25%) têm o
ensino médio completo. Configura-se assim uma pirâmide educacional que espelha
a dualidade social existente em nossa sociedade: uma base social ampla e desescolarizada,
em geral de baixa renda, em contraste com uma parcela pequena de indivíduos com
escolarização elevada, de renda média também superior.
População
paraense adulta no ensino médio – 2010 (em milhões)
Fonte: IBGE. www.ibge.gov.br.
Estes números revelam que está sendo negada à população paraense
condições mínimas para a vida social (lembremo-nos que a educação infantil, o
ensino fundamental e o ensino médio constituem a chamada educação básica!).
Uma população analfabeta e desescolarizada tem sua dignidade ameaçada, pois
participa em condições desfavoráveis da vida social e produtiva no contexto
onde está inserida, dada a precariedade de suas ferramentas culturais e de seus
recursos intelectuais.
Esta situação se explica não apenas pela falta de escolas ou de
matrículas, mas principalmente pelo descaso histórico das autoridades
constituídas com a valorização da população paraense. As nossas elites convivem
bem com muitas mazelas que afligem os trabalhadores: trabalho escravo,
assassinatos no campo, falta de saneamento básico, corrupção generalizada,
enfim, a baixa escolarização da população não atrapalha o sono da classe
dominante no Pará.
Para superar este quadro é necessárionão só um pesado investimento
público e a definição de uma política de educação básica para o estado, como
também estratégias claramente definidas, juntamente com o combate à corrupção
e, acima de tudo, requer a mudança da realidade material de parte da população,
para quem o ensino médio ainda não tem significado algum, já que não considera
sua cultura e nem favorece a ascensão social e a participação digna na vida
produtiva.
Este é mais um crime que se comete contra a juventude paraense!
ResponderExcluir