CHEGAMOS
AO FUNDO DO POÇO? Temos o pior ensino médio do Brasil! E
ele está piorando!
Os resultados divulgados do último IDEB, relativos
ao ano letivo de 2011, apontam problemas gravíssimos na educação básica
paraense.
Fazemos aqui uma análise preliminar sobre esses
resultados, focando apenas no ensino médio e valorizando principalmente o
desempenho do estado do Pará em relação aos demais estados da Região Norte.
O IDEB é
o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e em seu cálculo são combinados
o desempenho médio dos estudantes
na Prova Brasil (em Língua Portuguesa e Matemática) e a taxa média de rendimento
(aprovação) dos estudantes da correspondente etapa de ensino. Objetivamente,
o valor do IDEB é obtido pela multiplicação da nota média no SAEB/Prova Brasil
pela taxa média de aprovação dos alunos (informada no Censo Educacional).
A metodologia do IDEB, porém, não é sem falhas e há
vários questionamentos
sobre os procedimentos de pesquisa utilizados. Também há que se ter cuidado com
esses resultados, pois eles não devem servir para fazer ranqueamento das
escolas, mas para revelar indicadores de qualidade da educação ofertada nos
diferentes estados brasileiros.
O IDEB também não pode ser tido como
um indicador do trabalho docente ou do desempenho discente. Ele é o produto de
ação institucional das redes de ensino e das unidades escolares. Seus
resultados, portanto, têm relação com a atuação de diferentes atores
institucionais e individuais.
De qualquer modo, mesmo que não
tomemos esses resultados como expressão fiel da realidade, o IDEB nos fornece
indicadores objetivos para avaliação da educação básica ofertada em nosso
estado. Mas é necessária uma análise dos indicadores divulgados, já que os
números não se explicam por si. Colocamo-nos aqui a tarefa de realizar uma
análise preliminar sobre os resultados divulgados no dia 14/08/2012[1],
considerando apenas o ensino médio.
A consequência desta análise deve ser
o reconhecimento dos problemas, mas também a busca pela identificação de suas
causas e das estratégias para seu enfrentamento.
Lembramos que o ensino médio é a etapa conclusiva da
educação básica. Ele tem como função social consolidar a formação dos cidadãos
de modo a prepará-los para o exercício de sua cidadania em suas várias
dimensões, produtiva, comunitária, política ou estética.
Organizamos esta análise em três seções: 1) uma que aborda
os resultados relativos às taxas de rendimento (aprovação) dos estudantes de
ensino médio; 2) outra que foca nos desempenhos na prova Brasil; e 3) a que considera
os resultados do IDEB, já com os cruzamentos entre taxas de aprovação e
resultado na prova Brasil.
Considerando a natureza preliminar deste estudo a
sua redação está pontuada e em cada ponto procuramos tecer uma consideração
objetiva sobre os resultados. A finalização desta análise em forma de texto
será uma tarefa posterior.
I - As taxas de rendimento
(aprovação) do ensino médio nos estados da Região Norte
1.
O
Indicador de Rendimento é uma média das taxas de aprovação das séries de cada
etapa de ensino.
2.
O
indicador de Rendimento do ensino médio paraense, no ano de 2011, foi de 0,71,
abaixo da média regional de 0,79. Foi o
pior desempenho entre os estados da região Norte, ficando bem atrás de
estados mais pobres da região, como o Tocantins e o Amazonas que tiveram taxa
de 0,84%.
3.
Isso
significa que aproximadamente 30% dos jovens e adultos que fazem o ensino médio
no estado do Pará não têm o aproveitamento mínimo. Em números absolutos
significa que mais de 130 mil jovens e adultos se matriculam no ensino médio,
vão à escola, fazem as avaliações, mas não têm o aproveitamento mínimo.
4.
Também
foi o pior desempenho do país. Ou seja, somos o estado que mais reprova os alunos matriculados no ensino médio!
5.
Este
indicador também revela uma piora em
relação à avaliação anterior, no ano de 2009, de 96,0. Uma queda muito
significativa.
6.
A
taxa de aprovação dos estudantes apenas do 3º ano (série considerada para
cálculo do IDEB) foi de 73,1. A pior da
região e também a pior entre todos os estados brasileiros!
7.
Tocantins
e Amazonas têm as melhores taxas de aprovação da Região.
II.I – As taxas de aprovação da Rede Estadual
de Ensino (SEDUC)
8.
Considerando
apenas a aprovação dos estudantes das redes estaduais de ensino verificamos que
também temos os piores indicadores da
Região Norte e os piores do Brasil, entre as redes estaduais de ensino! O
Indicador de Rendimento é de 0,74 contra 0,78 em média da região Norte e bem
distante de estados como Tocantins e Amazonas, que têm Indicador de 0,84.
Iguala-se na baixa taxa de estados como Rondônia, Amapá e Sergipe.
9.
A
taxa de aprovação dos estudantes apenas de 3º ano do ensino médio da rede
estadual de ensino do Pará (SEDUC) é de 70,7 também a pior entre todos os
estados da região. Pouco acima em relação à avaliação anterior (69,9), mas pior em relação à primeira avaliação
feita em 2005, quando tínhamos a taxa de aprovação de 72,0. Não há nenhum estado brasileiro que tenha
resultados tão negativos!
10. Temos
a pior taxa de aprovação de estudantes de ensino médio entre todas as redes
estaduais do Brasil!
11. Esta taxa de aprovação também revela
que a qualidade da educação retrocedeu em relação à avaliação anterior, que
revelava uma tendência de crescimento da taxa de aprovação. Ou seja,
considerando a taxa de aprovação dos estudantes de 3º ano da rede pública de
ensino, a situação piorou!
II.II
– As taxas de aprovação da Rede privada paraense
12. O Indicador de Rendimento dos estudantes
de ensino médio da rede privada de ensino, do estado do Pará, no ano de 2011, é
de 0,95, o melhor Indicador da Região, ficando acima da média (0,94). Apenas
dois estados brasileiros aprovam mais que a rede privada paraense.
13. Esta taxa de aprovação mantem-se
inalterada em relação às duas últimas aferições.
14. Ou seja, considerando apenas os
estados da região, temos a pior taxa de aprovação entre os estudantes das redes
estaduais de ensino e o melhor desempenho entre os estudantes das redes
privadas de ensino.
15. A rede privada aprova mais que a rede
pública e joga a média estadual para cima.
II – As Taxas de
Desempenho nas provas do SAEB / Prova Brasil do Ensino Médio Paraense
16. As taxas de desempenho são
constituídas pela média das proficiências dos alunos, presentes nas escolas no
dia da prova Brasil, nos testes de leitura e de matemática (cf. José Soares. In:
http://www.fae.ufmg.br/pagina. php?page=ideb).
17. A média padronizada do desempenho dos
estudantes do 3º ano de ensino médio do estado do Pará foi de 3,93. A pior da região! Ou seja, nossos
alunos não aprendem!
18. No Brasil esta média só é superior
apenas aos estados do Maranhão (3,88) e Alagoas (3,89).
19. Este desempenho é pior que da última
avaliação, quando foi aferida a média de 4,15. Ou seja, a situação piorou! O atual governo deu um passo atrás em relação à
qualidade da educação, fazendo pender para baixo a tendência de elevação da
qualidade do ensino médio paraense, que se verificou nas duas últimas
avaliações.
II.I
- Desempenho em Língua Portuguesa
20. O desempenho em Língua Portuguesa foi
de 250,5, o pior entre todos os estados
da Região! Bem abaixo da média e muito distante em relação ao desempenho de
estudantes de outros estados como Rondônia (268,76) e Roraima (263,38).
21. No Brasil as escolas paraenses superam
a média apenas dos estados do Maranhão e de Alagoas.
22. O mais drástico é que a situação piorou! O resultado é bem
inferior à avaliação do ano de 2009 (257,25).
23. Temos
o pior desempenho na aprendizagem de Língua Portuguesa e a situação tá piorando!
II.I
– Desempenho em matemática
24. O desempenho em matemática foi de
248,73, também o pior da região,
também distante da média regional (255,36) e também muito distante de estados
mais pobres como Rondônia (276,37) e Roraima (268,67).
25. No Brasil supera apenas o estado do
Maranhão.
26. Também em matemática a situação piorou, em relação à avaliação anterior
quando foram alcançados 263,87 pontos.
27. Temos
o pior desempenho em Língua Portuguesa e em Matemática também. O Pior da Região
Norte e o penúltimo do Brasil. E o que é mais drástico, a situação está
piorando!
28. Estes dados são ainda mais desoladores
quando verificamos que na avaliação realizada em 2009 não foi considerado o
desempenho dos estudantes da rede privada, ou seja, esses péssimos indicadores não
estão piores porque foram “turbinados” pelo desempenho dos estudantes da rede
privada de ensino, que não fora avaliada no ano de 2009.
29. Rondônia e Roraima se destacam
positivamente na Região Norte.
II.III
– Desempenho da Rede Estadual de Ensino (SEDUC)
30. Considerando apenas os estudantes do
3º ano da Rede Estadual de Ensino, o estado do Pará atingiu a nota média de
3,74. O pior desempenho entre todos os
estados da região! Está bem abaixo da média regional (3,95) e muito
distante de estados como Rondônia (4,50) e Roraima (4,26).
31. No
Brasil ficamos em penúltimo lugar,
à frente apenas do estado de Alagoas.
32. Na rede pública a situação piorou em relação à avaliação anterior, quando a pontuação
foi de 4,15.
33. Considerando apenas o desempenho em Português, dos alunos do
3º ano da rede pública do ensino médio do estado do Pará, verificamos que foram
obtidos 244,29 pontos, o pior desempenho
da região! Longe da média da região (250,75) e muitíssimo distante de
outros estados como Rondônia (265,88) e Roraima (259,23).
34. No Brasil ficamos à frente apenas dos
estados de Alagoas e Maranhão.
35. Também nesta matéria o nível da qualidade do ensino retrocedeu,
considerando que na avaliação anterior o total de pontos atingidos foi de 257,25.
36. Considerando apenas o desempenho em matemática, dos
estudantes de 3º de ensino médio da rede estadual de ensino, a pontuação obtida
foi de 241,50, o pior da Região Norte! Abaixo
da média da região e pior que estados como Rondônia (257,76) e Roraima (262,49).
37. No
Brasil estamos em penúltimo lugar,
ficamos à frente apenas do estado de Alagoas.
38. Considerando o desempenho em
matemática foi possível identificar que a
situação piorou muito! Este foi o pior resultado considerando todas as
avaliações feitas em 2005 (241,96), 2007 (244,34) e 2009 (256,76). Isso
é um crime contra a juventude!
39. As redes públicas estaduais de Rondônia
e Roraima se destacam positivamente na oferta de ensino médio na Região.
II.IV
– Desempenho da Rede Privada
40. Considerando apenas os estudantes de
3º ano da rede privada de ensino, o estado do Pará atingiu a nota média, em
2011, de 5,58, igual à média regional, mas atrás de estados como Tocantins
(6,13) e Rondônia (5,63).
41. No Brasil o desempenho é melhor que
apenas nove outros estados da Federação.
42. O desempenho em Português foi de 303,43
pontos, contra a média regional de 301,92, atrás apenas do estado do Tocantins
(316,04).
43. No Brasil fica à frente de 10 estados
brasileiros.
44. Já em matemática o desempenho da rede
privada (309,34) foi pior que a média regional (311,04), bem atrás de
estados como Tocantins (335,14), Rondônia (317,51) e Roraima (317,46).
45. No
Brasil o desempenho é melhor apenas que quatro estados (Amazonas, Maranhão,
Alagoas e Sergipe).
46. Do
que se pode concluir que a rede privada
paraense de ensino médio aprova muito mas não garante a qualidade da aprendizagem!
47. Esses números também são negativos,
apesar de serem melhores que da rede estadual de ensino, e revelam que a baixa qualidade da educação paraense é um
problema endêmico. Afeta estudantes das redes públicas e privadas de ensino!
48. Não é possível verificar a evolução do
desempenho da rede privada de ensino, pois na avaliação passada não foi
estabelecida uma pontuação para esta rede de ensino em função da pouca presença
de alunos na realização da prova.
III
– Considerações sobre o IDEB Paraense
49. Abaixo
se vê um quadro com os resultados do IDEB da Região Norte.
50. Como resultado do desempenho ruim nas
provas do SAEB, seja em Língua Portuguesa ou em Matemática, bem como as baixas
taxas de aprovação, o Indicador de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB –
paraense é muito ruim.
51. O indicador de 2,8 do ensino médio
paraense é menor que a média regional (3,3), é o pior da Região e bem distante de estados mais pobres da região
como Rondônia (3,7), Roraima (3,6), Amazonas (3,5) e Acre (3,4).
52. Este
indicador revela também que temos o pior ensino médio do Brasil!
53. Não
só este indicador é ruim como está piorando! O indicador é inferior ao da avaliação passada (3,1) e
retrocede ao mesmo desempenho obtido em 2005.
54. Para piorar a situação, deve-se
registrar que este número foi “turbinado” pela introdução do desempenho da rede
privada de ensino, que não fora considerado na avaliação anterior.
III.I
– Considerações sobre o IDEB da Rede Estadual de Ensino
55. O IDEB do ensino médio da rede pública
estadual do Pará é de 2,8, abaixo da média regional de 3,1 e muito abaixo do
desempenho de outros estados da região como Roraima (3,5), Tocantins (3,5) e
Acre (3,4). É o pior IDEB da região
norte do país! Aliás, é o pior
ensino médio ofertado no Brasil!!!
56. Mas não só é ruim, como está piorando! Na avaliação anterior o
resultado foi 3,0, quando estava em processo de elevação da qualidade. Agora
está em queda e abaixo da meta de 2,9 projetada pelo INEP.
III.II
– Considerações sobre o IDEB Rede Privada de Ensino
57. O ensino médio da Rede Privada teve o IDEB
de 5,3, contra 5,2 da média regional, ficando atrás, na região, apenas do
estado do Tocantins (5,6) e igual ao estado de Rondônia (5,3).
58. No Brasil fica à frente apenas de oito
estados.
59. Não é possível verificar a evolução da
rede privada, pois na avaliação passada não foi estabelecido o IDEB para a rede
privada de ensino em função da pouca presença de alunos na realização da prova,
mas é possível verificar que esta rede melhorou pouco em relação a 2007 (5,2).
Considerações finais
Os dados do IDEB, em geral, e das taxas
de desempenho (aprovação) e de rendimento nas provas padronizadas, em
particular, poderiam receber outros filtros que permitiriam o aprofundamento do
reconhecimento da realidade da educação paraense. Mas algumas conclusões são
factíveis e destacamos algumas:
60. Temos o pior ensino médio do Brasil!
61. Temos o pior ensino médio ofertado por
uma rede pública estadual de ensino do Brasil!
62. Temos uma das piores redes privadas de
ensino médio do Brasil!
63. Os resultados estão piorando em
relação às avaliações anteriores e aos outros estados brasileiros.
64. A avaliação dos diferentes indicadores
que resultam no IDEB revela que, em geral, os diferentes estados da Federação
quando têm desempenho ruim em um indicador, melhoram em outro, ou quando tem
desempenho fraco em uma matéria (português ou matemática) melhoram em outra,
mas no caso do Pará estamos ruins em todos os indicadores e nas duas matérias,
agravando-se a situação quando consideramos apenas a rede estadual de ensino.
65. A má qualidade da educação é um
problema endêmico no Pará, como já dissemos, dada a sua generalização. Em um
estudo anterior (apresentado em um evento acadêmico) já havíamos verificado que
outras redes de ensino (de escolas municipais, de escolas confessionais e de
escolas federais) também estão, dentro de suas categorias, entre as piores do
Brasil.
66. Nossos alunos não passam de ano e os
que passam revelam não ter apreendido adequadamente os conteúdos que deveriam
ter sido trabalhados em sala de aula.
67. Tão grave quanto estes péssimos
resultados é o fato de que eles estão piorando. Aprovamos pouco e estamos
aprovando menos ainda. Nossos alunos não aprenderam e estão aprendendo cada vez
menos.
68. Mas quais seriam as causas deste grave
quadro? Elas precisariam ser bem estudadas, mas, de antemão, não concordamos que
se possa identificar uma única causa para esta situação e também discordamos de
qualquer tentativa de responsabilizar os professores pela má qualidade da
aprendizagem. Eles também são vítimas e fazem mais parte da solução do que do
problema.
69. Temos uma hipótese de que esta
situação pode ser entendida em função da falta de compromisso de nossas elites
com a boa formação de seu povo. Temos uma elite que convive bem com diferentes
mazelas que afligem os paraenses: trabalho escravo, pedofilia, falta de saneamento,
grande concentração de terras e riquezas, assassinatos de lideranças políticas,
corrupção generalizada, precariedade da saúde pública etc.
70. O desenvolvimento da região sempre foi
dependente, o que tínhamos de melhor nunca ficou para o povo trabalhador, vide
os ciclos da borracha, dos grandes projetos e da agroindústria. Quem ganhou e
quem ganha com eles? Não foi e nem é povo o trabalhador. Neste quadro, então, o
que significa não ter uma educação de qualidade?
71. Parte do problema também pode ser
explicada pelos baixos investimentos na educação. Enquanto o gasto médio de um
estudante de ensino médio nos países da OCDE[2] –
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – é de mais de 10 mil
dólares, no Brasil este custo fica em torno de 2,5 mil. No Pará é menos de dois
mil dólares.
72. Em relação ao pífio desempenho da rede
estadual de ensino, que forma principalmente jovens e adultos de origem
popular, deve-se destacar o caos que é a gestão da educação pública no estado.
Só para citar um fato, até hoje o Governo Estadual não divulgou um projeto para
o ensino médio, ou seja, a SEDUC não tem um documento orientador para a
organização do trabalho pedagógico. Fica valendo apenas a boa vontade de
professores, técnicos e gestores educacionais.
73. É necessária a vontade política para
implementar as mudanças necessárias. A situação piorou na última avaliação e o
Governo e a SEDUC têm que explicar estes resultados, fazendo a sua leitura dos
dados e indicando as medidas que vão ser tomadas para a modificação do quadro
deplorável verificado. O Estado tem que assumir sua responsabilidade e o
Governo do estado principalmente.
74. Também os dirigentes das diferentes
redes de ensino têm que explicar seus resultados tão ruins, já que os custos de
uma escola privada no Pará se aproximam dos custos de boas escolas brasileiras.
75. Também a sociedade civil não pode
ficar impávida frente a este desastroso quadro. É necessário maior
acompanhamento e pressão sobre a gestão da coisa pública. Em um país sério
estes resultados seriam objeto de uma grande agitação popular, mas parece que a
má qualidade da educação não parece provocar a indignação geral da sociedade.
Deveria pelo menos mobilizar organizações estudantis e de trabalhadores da
educação.
76. Também outros órgãos de estado devem
se manifestar. Ministério Público e Conselho Estadual de Educação, por exemplo,
não podem ficar inertes e devem cumprir suas obrigações fiscalizando e cobrando
melhorias na educação ofertada ao povo paraense.
77. Chegamos ao fundo do poço? Cremos que
não. Diz a sabedoria popular que tudo, sempre, pode piorar. Portanto, devem-se
buscar os caminhos para a qualificação da educação básica paraense. Um bom caminho
para começar seria a identificação do que fazem as boas escolas. Em geral
nestas há uma boa infraestrutura predial e pedagógica, valorização, formação
continuada e respeito ao trabalho docente, bom ambiente de trabalho e
acompanhamento da vida escolar pela sociedade e pelas famílias.
78. Os resultados do IDEB, mais que
números, revelam que a juventude paraense tem seu presente prejudicado e o seu
futuro ameaçado!
Ps.
Todos os resultados podem ser vistos em www.inep.gov.br
ou em:
[1] Disponíveis em www.inep.gov.br.
[2] São os indicadores de qualidade da
educação básica dos países da OCED que servem de referência para o estabelecimento
do IDEB no Brasil.
[3] Professor da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Pará. Doutor em Educação. Coordenador do Grupo de
Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação. rlima@ufpa.br.
www.blogspot.emdialogoamazônia.com.br.
[4] Professora do Centro de Ciências
Sociais e da Educação da Universidade do Estado do Pará. Doutora em Educação. amaues3@hotmail.com.
teste de comentário
ResponderExcluirRonaldo,
ResponderExcluirTenho participado da Coordenação de aplicação do IDEB nas escolas e o que presenciei nesses dois anos foram aplicações em época de greve, em algumas escolas não concluídas e em outras alunos sendo convocados por mega fone, apresentando uma amostra deficitária e hoje essa repercussão toda de amostragem , o que os Coordenadores Regionais não mencionam é esse detalhe do Pará que com certeza obteve a menor amostragem possível quantitativamente , influenciando com certeza o resultado e outra a prova é tão sigilosa, mas tão sigilosa que não fica nenhuma na escola, os professores e coordenadores não tem acesso algum nem ao menos é divulgado , que conteúdo esta sendo abordado e se os alunos já trabalharam os mesmos. Enfim essa é a minha opinião.Abs.
Oi Clara, o buraco é mais embaixo. A SEDUC não se organiza para as provas, para as aulas, para nada. Qual é o projeto de educação da SEDUC? ela não divulgou nenhum porque não tem. Que tipo de orientação ela passa ao pessoal docente? nenhuma porque ela não sabe o que fazer. Que ação concreta a SEDUC tem para melhor a infraestrutura da escola? somente um que é do MEC. O Problama não é só da SEDUC mas, sem dúvida, ela é a principal responsável!
ResponderExcluirRonaldo
Pergunto-me, onde foi aplicado aproximadamente 164 milhões de reais que a SEDUC recebeu em 2009 pelo "Programa Especial de Fortalecimento do Ensino Médio"??? Pelo jeito, fortaleceu outra coisa, afinal de contas, o ensino médio no Pará continua bastante fragilizado!!!
ResponderExcluirParte deste dinheiro já foi investido, mas como as obras não foram concluídas ou aprovadas pelos órgãos de controle, a outra parte dos recursos está retida.
ExcluirRonaldo