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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A GESTÃO PRIVADA DA EDUCAÇÃO FOI UM DESPERDÍCIO DE VERBAS PÚBLICAS!



A experiência de gestão privada da educação profissional paraense foi um retrocesso e um desperdício de verbas públicas. Esta é uma das conclusões da dissertação de mestrado defendida dia 06/08/2012, no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPA, intitulada FINANCIAMENTO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: Análise Do Programa Brasil Profissionalizado No Pará. A mestranda Adriane Suely Nascimento investigou na sua dissertação a transição entre a gestão das escolas de educação profissional da rede estadual de ensino pela OS-ETTP (Organização Social Escolas de Trabalho e Produção), durante o primeiro governo Simão Jatene, entre 2003 e 2006.
A dissertação tinha como objetivo a análise da aplicação do Programa Brasil Profissionalizado no Estado do Pará, tendo obtido o conceito máximo (excelente) pelos três membros da banca. Veja o resumo abaixo.
“Este estudo teve por objetivo analisar as implicações do Programa Brasil Profissionalizado no financiamento da educação profissional da rede estadual de ensino do Pará. O Brasil Profissionalizado é um programa de assistência técnica e financeira, instituído pelo MEC durante o segundo mandato do Governo Lula (2007-2010), visando expandir a educação profissional oferecida pelas redes públicas estaduais de ensino no país, tendo como foco a implementação do ensino médio integrado à educação profissional.
 A pesquisa foi precedida por uma revisão bibliográfica acerca da política de financiamento da educação, das políticas de educação profissional no Brasil e das estratégias do Governo Federal em efetivá-las por meio do financiamento de programas de cooperação técnica e financeira. Em seguida, a pesquisa envolveu a análise documental da legislação (decretos e resoluções) que instituiu e regulamentou o Programa Brasil Profissionalizado do MEC/FNDE e de documentos elaborados pela SEDUC/PA relacionados ao planejamento e monitoramento do Programa na rede estadual de ensino. A coleta de dados foi complementada com a realização de entrevistas semiestruturadas dirigidas à coordenação do Programa Brasil Profissionalizado no MEC e na COEP/SEDUC para avaliar o processo de implementação e financiamento do Programa e suas implicações no estado.
O estudo identificou uma recorrente disputa, entre as instâncias públicas e o setor privado, pelo fundo público para financiar a educação profissional, pois não há uma definição legal e constitucional de destinação de recursos para a oferta pública do ensino profissional. As estratégias de financiamento das políticas de educação profissional são realizadas por meio de programas de governos que se efetivam de forma fragmentada e desarticulada em vários Ministérios do Governo Federal, destacando-se a falta de organização em torno dos recursos disponibilizados e a pouca coordenação entre projetos e ações destinados à formação profissional.
O estudo realizado, também, mostrou fragilidades na constituição de programas de financiamento da educação profissional que podem revelar os limites do Programa Brasil Profissionalizado por se trata de mais um Programa e não de uma política de financiamento. Os dados revelaram que a implementação do Programa no estado trouxe importantes contribuições para a consolidação da rede estadual de educação profissional, verificadas na elaboração de um planejamento da gestão da educação profissional, na expansão da rede estadual, no crescimento da oferta de vagas e cursos e na elevação das matrículas, sobretudo, no ensino médio integrado. “Contudo, a formação de professores e a manutenção das escolas é responsabilidade do Estado e, portanto, se inscreve na pauta dessa discussão, a luta pela garantia de fontes de financiamento para a continuidade das políticas de educação profissional no setor público que garantam uma oferta de ensino com qualidade.”

O Programa de Pós-Graduação da UFPA publicará em seu site (ww.ufpa.br/ce/ppged) a dissertação completa, em breve.

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