JUVENTUDE
E ENSINO MÉDIO NO PARÁ
Segundo o IBGE, em 2010,
o estado do Pará tinha aproximadamente 486.649 jovens na idade entre 15 e 17 anos, no entanto, destes, apenas
396.698 frequentavam escola, ou seja, 89.951 (20% aprox.) estavam fora da
escola. Esta situação se apresenta ainda mais preocupante quando observamos que
apenas 100 mil destas matrículas eram de jovens na faixa etária recomendada (15
a 17 anos).
O quadro abaixo evidencia a grande parcela de jovens
paraenses fora da escola ou atrasados em relação ao ensino médio.
Matrículas de jovens de
15 a 17 anos no Ensino Médio – Pará - 2010
Fonte: IBGE. www.ibge.gov.br.
Considerando que o ensino médio é a etapa conclusiva da educação básica e que esta deveria assegurar o acesso ao patrimônio cultural que permitiria aos jovens que entram na vida adulta uma condição social digna, temos nos números acima um claro indicativo de que a maioria da juventude paraense tem seu futuro ameaçado. São perto de 100 mil jovens entre 15 e 17 anos fora da escola e mais 290 mil atrasados em relação à série recomendada.
Apenas perto de 100 mil jovens entre 15 e 17 anos
estão onde deveriam estar, matriculados em uma escola de ensino médio. Não
precisamos de nenhum profundo estudo sociológico para afirmar que entre estes
jovens prevalecem aqueles oriundos das camadas econômicas mais altas de nossa
sociedade. Ficam de fora da escola ou atrasados os jovens oriundos das classes
trabalhadoras.
O ensino médio tem a função social de consolidar uma
formação que se iniciou na pré-escola e no ensino fundamental, a qual deveria
servir para que todo cidadão conseguisse se comunicar com clareza (para isso
estuda português), pensar logicamente (para isso estuda matemática), se situar
no seu tempo e no seu espaço (para isso serve o estudo da história e da
geografia), compreender os fenômenos físicos, químicos, biológicos, sociais de
modo a ter as ferramentas para decidir autonomamente sobre os rumos de sua vida
e colaborar para a organização da comunidade onde está inserido. Negar o acesso
ao ensino médio para os jovens significa negar-lhes as ferramentas culturais básicas
que favorecem uma vida adulta digna e colocar-lhes em situação de
vulnerabilidade social e econômica, colocando em risco também o futuro da sociedade
onde estão inseridos.
Por isso é muito grave o quadro do ensino médio
paraense, pois revela que a sociedade mantém sob risco o futuro e o presente da
maioria dos seus jovens.
O governo do estado não apresentou à sociedade
paraense as estratégias para a diminuição da distorção idade-série e nem para
ampliação da taxa de matrícula. Há poucas semanas atrás anunciou a construção
de 24 escolas, com recursos do Governo Federal, mas estas adiantarão pouco se
não for considerada para a sua construção a distribuição geográfica da
juventude paraense já que há repetidos anos vem sobrando vagas nas escolas de
ensino médio do Pará. Podemos afirmar que no Pará nem sempre onde há escolas de
ensino médio há jovens e, por outro lado, onde estão grandes aglomerados de jovens
não há escolas em número suficiente.
Aliada a esta desorganização espacial das escolas
paraenses, prevalece a falta de um projeto educacional claro para o ensino
médio, por meio do qual o Governo defina finalidades, estratégias e fontes de
financiamento claras, capazes de assegurar a ampliação e a qualificação das
escolas públicas.
Excelente iniciativa, a educação paraense agradece!
ResponderExcluirCris Ribeiro
Parabenizo a todo grupo que se empenhou
ResponderExcluirpara a criação e realização do projeto.
Muito bom.
Lorena Teixeira
Parabéns GEPTE!
ResponderExcluirMas, um espaço para a socialização das pequisas na nossa Amazônia.
Ana Paula