O Espaço de diálogo sobre o Ensino Médio Público

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ESCOLA POBRE PARA ALUNOS POBRES?

Recebi de um educador da Escola Tecnológica Anísio Teixeira a seguinte denúncia:



“A SEDUC está acabando com o turno da noite na Anísio (Escola Tecnológica Anísio Teixeira) e com a oferta de Arte Dramática, a equipe hoje nem quer mais saber de integração, pois aos poucos estamos sendo expulsos do prédio para que o SEBRAE se instale. Desmotivação, incerteza e indignação pairam sobre a nossa querida escola”.

A Escola Anísio Teixeira funciona na Travessa Dom Pedro I, no Bairro do Umarizal, e conta com um espaço diferenciado (teatro, com sonorização e iluminação adequados, laboratórios, salas de aula espaçosas e equipamentos diversos). Foi construída com recursos do PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional, do Ministério da Educação, gerenciados pela FEAMA –Fundação de Empreendedores da Amazônia. Em sua construção foram gastos, até 2005, R$3.006.659,00. Todo o dinheiro para a sua construção, portanto, são de origem pública.

Desde que foi reincorporada ao patrimônio do estado, em 2008, por orientação do Ministério da Educação e do FNDE – Fundo nacional de Desenvolvimento da Educação -, esta escola é objeto de desejo de muita gente em função dos espaços diferenciados que tem. A comunidade daquela escola vive ameaçada de perder o prédio. Se é verdade que a escola começa a ser repassada ao SEBRAE este é um deserviço à educação púbica e à população do estado

Por outro lado, se o SEBRAE quer fazer educação profissional em um prédio público, porque não se interessa por uma escola deteriorada como muitas das que o estado tem? Porque só se interessa pela boa escola pública?

Também a SEDUC, se quer fazer “filantropia” com o patrimônio público, porque quer abrir mão da escola que conta com a melhor infra estrutura da sua Rede de Escolas Tecnológicas? Isso revela a falta de proposta do Governo do Estado para a educação profissional técnica, apesar do discurso de campanha de que esta seria uma prioridade, e também o descaso com a educação destinada aos trabalhadoes.

Não merecem os alunos da escola pública uma escola de qualidade? Ou vale aquela máxima de “escola pobre para alunos pobres”?


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