Como se pode definir aquele sujeito que se
ocupa de ações de mobilização e de formação na (e para a) rede mundial de
computadores e, particularmente, nas (e para as) redes sociais? Educador? Professor?
animador?
Como responsável pedagógico pela execução de
dois projetos de inclusão digital, Programa Telecentros.BR e EMdiálogo, o
primeiro vinculado ao Ministério das Comunicações e o segundo vinculado ao
Ministério da Educação, temos tido dificuldades de encontrar uma definição que
satisfaça.
Essas diferentes figuras (educador, professor
e animador) têm significado distinto. O professor é o profissional do ensino,
habilitado para trabalhar em ambientes escolares formais, principalmente, por
tradição cabe a este profissional dirigir um processo de aprendizagem. Já o animador
procura apenas mobilizar e estabelecer relações que favoreçam o diálogo entre
as pessoas, sem conduzir ou interferir nos processos formativos que se
estabelecem nas redes. O educador social, apesar de não ser necessariamente um
profissional, pode ser compreendido como um agente que desenvolve um trabalho
racional de formação. Muitas das vezes é um militante de uma causa!
O educador social é um sujeito que, para exercer a sua função, muitas
das vezes passou por algum tipo de formação preparatória, geralmente de pequena
carga horária. Em seu processo de formação mesclam-se o exercício da militância
e uma formação inicial focada no problema social a ser enfrentado. Este atua em
ambientes formativos nãos formais (ONGs, plataformas virtuais, organizações
comunitárias, projetos de formação) visando o enfretamento de problemas sociais
específicos e trabalha de forma planejada e intencional (racional). Seu
trabalho está circunscrito aos objetivos de formação do Programa no qual está
inserido e, em função destes, pode assumir a função de:
a. Educador de rua
b. Educador ambiental
c. Educador digital
d. Agente de saúde
Nos ambientes de aprendizagem do Telecentros.BR,
programa de inclusão digital do Ministério das Comunicações, os educadores digitais assumiram funções diferentes de supervisor
e tutor visando a formação dos monitores dos infocentros comunitários.
Cabe ao supervisor, profissional com formação
mais na área tecnológica ou pedagógica, apresentar e acompanhar o tutor na
plataforma virtual de formação; orientar o tutor quanto às ferramentas utilizadas na formação e quanto
ao conteúdo da Formação dos Monitores, orientando sobre estratégias de ensino;
verificar diariamente as listas dos monitores e de tutores existentes em busca
de dúvidas e de pendências; participar das reuniões (virtuais e presenciais) com
a equipe de coordenação pedagógica e com os tutores; avaliar e registrar
dificuldades e avanços do trabalho pedagógico e propor ações de correção e de
aperfeiçoamento do processo formativo. Neste Programa o supervisor mostrou-se
peça chave pois a sua ausência ou presença nas redes tiveram repercussões em
cadeia sobre o trabalho de tutores e de monitores. Também foram imprescindíveis
para a elaboração e o aperfeiçoamento dos conteúdos e das estratégias de
formação utilizadas na plataforma.
No Telecentros.BR cabe ao tutor (geralmente
um estudante de graduação ou de pós-graduação) o contato direto com os
monitores em formação. Eles têm a responsabilidade de conhecer os documentos de
referência da Rede Nacional de Formação Para a Inclusão Digital, orientadores
das ações de formação; manter vínculos com seus monitores; participar ativamente
nos Fóruns do MOODLE e de orientar as atividades e dos conteúdos do curso.
Devem ter participação ativa e diária nas Listas de Discussão (Monitores,
Tutores), esclarecendo dúvidas, incentivando participações, dialogando sobre avanços
e dificuldades; devem fazer registro diário das dimensões do acompanhamento e
avaliação; checam as redes sociais dos monitores; preenchem mensalmente as planilhas
de avaliação dos monitores e registram ausências prolongadas.
Estes dois educadores, SUPERVISORES E
TUTORES, são o CORÇÃO e o PULMÃO do Programa Telecentros.BR, cabendo à equipe
de Coordenação oferecer as melhores
condições possíveis para o diálogo direto estabelecido como REDE DE FORMAÇÃO
entre estes e os monitores.
A todos está colocado o desafio de aperfeiçoamento
das estratégias de formação que favoreça a inclusão digital em nosso país. Do ponto
de vista pedagógico, o desafio é o mesmo colocado por Miguel Arroyo, grande educador
brasileiro com fortes vínculos com os movimentos sociais, saber aproveitar, em
benefício da educação popular, os saberes técnicos da pedagogia e o compromisso
político dos militantes dos movimentos sociais.
Este registro é para homenagear
os sujeitos responsáveis por todo o sucesso que pode estar tendo o Programa de
Formação do Programa Telecentros.BR, os SUPERVISORES E TUTORES do Programa.
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