Na campanha eleitoral que está em
curso na UEPA para reitoria um tema tem ganhado destaque, a DEMOCRACIA.
Causa assombro, entretanto, a
postura de integrantes da Chapa Viração que remonta fatos de 2008, quando foi
nomeada a Profª Marília Brasil como reitora protempore, pois informam e omitem
apenas o que interessa eleitoralmente.
Os “novos democratas” omitem que em
1996, o vencedor das eleições para reitor da UEPA foi o Professor Mário
Cardoso, em segundo lugar a professora Regina Manescky e em terceiro a
Professora Izabel Amazonas, mas que foi esta última a nomeada pelo Governador
Almir Gabriel. Esta reitora, Izabel Amazonas, foi um desastre na SEDUC (quando
esteve por lá) e também na UEPA, onde marcou um tempo em que a Instituição foi
colocada à serviço do governo e dos políticos de sua base, sem democracia e sem
autonomia. Omitem também que era pró-reitor daquela gestão o Profº Ribamar, o
mesmo que hoje faz as publicações em nome da democracia e em defesa da Chapa
Viração. Omitem, ou distorcem, a diferença entre protempore e interventor já
que intervenção é o nome dado ao que foi feito recentemente no IFPA, quando os
eleitos foram afastados do cargo por improbidade, já o protempore é nomeado
quando um cargo está vago, em aberto, tendo a necessidade de ter alguém
responder pela instituição. Foi esta a situação vivida pela UEPA já que já
havia encerrado o mandato do Profº Fernando Palácios e não havia reitor eleito.
Omitem que em 2009 a Profª Marília Brasil assume a reitoria após eleições
diretas quando recebeu o apoio da maioria da comunidade da instituição.
O que querem, então, quando falam
em democracia? Tirar vantagem eleitoral! Aliás, vale ressaltar que muitos dos
que advogam a democracia e bradam suas histórias de luta no período da
ditadura, parecem absolutamente desconhecê-la, uma vez que ela só se aplica a
seus interesses políticos e pessoais.
Todo este discurso de democracia
feito por quem não pratica a democracia parece ser apenas uma justificativa
antecipada para uma tentativa de golpe. Querem convencer a quem? À comunidade
da UEPA de que não seria uma novidade as eleições não serem respeitadas. Também
o Governador Simão Jatene, de quem esperam o desrespeito à vontade da maioria.
Se forem mesmo democratas sugiro uma campanha: MEU COMPROMISSO É COM QUEM
GANHAR AS ELEIÇÕES NAS URNAS!
Uma Universidade do Estado forte
é uma necessidade para a população paraense, pois, somente com autonomia
intelectual poderemos pensar os problemas regionais a partir de parâmetros de
quem vive na região e esta autonomia é mais possível com o fortalecimento da
gestão democrática e participativa.
A democracia não é valor
universal, há quem a pratique, há quem a defenda, há quem critique e há quem a
distorça. A democracia é um processo de permanente ampliação da participação
popular nos processos de decisão, gestão e avaliação e na UEPA este processo
está em curso, mesmo que com percalços, voltar atrás é golpeá-la profundamente
(mesmo fazendo-se isso em nome dela). O que a sociedade paraense espera destas
eleições da UEPA é que este processo de democratização se aprofunde e se
aperfeiçoe, na prática.
Por Ronaldo Marcos de Lima Araujo
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