A Colônia de Pescadores Z-16, no Município de Cametá, é uma
entidade que agrega mais de 13 mil pescadores daquele Município. Foi criada para
a defesa dos interesses econômicos dos pescadores, que se organizam em
cooperativas produtoras de pescado, mel e palmito, frente à forte penetração na
região tocantina de grandes empresas, inclusive de pesca, que interferem negativamente
na economia local. Tem desenvolvida particular resistência aos efeitos deletérios
da hidrelétrica de Tucuruí sobre a produção de pescado na Região.
Mais do que uma organização econômica, a Colônia Z-16 é uma
estratégia de organização dos pescadores artesanais em defesa da sua cultura, dos
seus saberes de pescadores e, portanto, de contrahegemonia à lógica liberal. Promove
a solidariedade e a ação coletiva em oposição a competição inteindivual própria
da lógica liberal, promove a produção em cooperativa em resistência aos
mecanismos de exclusão próprios da organização capitalista.
A Colônia de pescadores, além de seu papel econômico, exerce
forte influencia política no Município e na região, tendo elegido vários
vereadores, sendo o atual prefeito de Cametá ex-presidente daquela Colônia, com
a qual ainda mantém estreito vínculo.
Além de seu papel político e econômico, a Colônia também
desenvolve diferentes ações de cunho social e pedagógico. Promove ações de
letramento, formação profissional inicial e mantém um cursinho pré-vestibular
para os filhos de pescadores.
Estivemos lá, dia 16/03/13, para conhecer o trabalho da
Colônia e seus diferentes espaços (sede de Cametá, fábrica de gelo, cooperativa
de palmito, tanques de peixes e a sede do interior), com a Profª Maria Clara
(UFRGS) e o Pofº Doriedson Rodrigues e Carlos Amorim (UFPA-Cametá). Na oportunidade
pouco mais de uma centena de pescadores estava reunida para um trabalho de
planejamento, quando pudemos nos apresentar e discutir sobre o apoio do Grupo
de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação da UFPA, por meio da Escola do
Trabalho, ao desenvolvimento de um projeto pedagógico de formação da Colônia,
capaz de articular as diferentes ações formativas desenvolvidas por eles. O desafio
colocado por eles é a criação de uma escola de ensino médio, ou uma estratégia
alternativa de oferta desta etapa de ensino,vinculada ao projeto
político-econômico da Colônia.
Uma reunião entre representantes da Colônia, pesquisadores
do GEPTE e a Secretaria Municipal de Educação de Cametá deverá acontecer para
organizar um amplo debate para a formulação da proposta.
Vejam mais fotos da visita em: http://www.flickr.com/photos/63043384@N03/
n e nada disso affs
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